Estreamos nossa primeira entrevista com Mariana Garcia, paratleta apoiada pela Viabem que atualmente está em 4° lugar no ranking Mundial. Ela é ribeirão-pretana, atleta profissional de paraciclismo e com títulos de dar orgulho ao Brasil todo. Aqui ela conta um pouco de sua história e relata também como foi sua última prova internacional: a Copa do Mundo de Paraciclismo em Quebec e no Campeonato Mundial de Paraciclismo em Baie-Comeau em Agosto/2022, no Canadá.
Veja mais na entrevista abaixo!
VIABEM – Mariana, nos fale um pouco sobre você.
Meu nome é Mariana Garcia, tenho 28 anos. Nasci e moro em Ribeirão Preto-SP. Sou atleta profissional de paraciclismo. Eu sofri um acidente de moto (garupa) com 15 anos de idade em 2009 e me tornei paraplégica.
VIABEM – Como o esporte entrou na sua vida e o que ele significa para você?
Após a lesão medular eu procurei fazer alguma atividade física, para me manter ativa e cuidar da minha saúde. Iniciei com a natação e cheguei a competir 2 anos. Mas em 2015, conheci a modalidade paraciclismo e me apaixonei. Eu não me vejo sem esporte, sem me movimentar e superar meus limites …a handbike me traz alegria, me devolveu a sensação de liberdade, me sinto livre, me dá forças , me motiva e além de cuidar do físico, também me ajuda psicologicamente.
Eu não me vejo sem esporte, sem me movimentar e superar meus limites…a handbike me traz alegria, me devolveu a sensação de liberdade, me sinto livre, me dá forças , me motiva e além de cuidar do físico, também me ajuda psicologicamente.
– Mariana Garcia
VIABEM – Quais foram suas maiores dificuldades no início e quais ainda permanecem?
A maior dificuldade foi para comprar a handbike, ela é importada e de carbono para nível competitivo e ainda hoje, essa é uma questão muito difícil. Poder comprar uma nova é meu sonho. Sempre comprei usada por ser mais acessível e tenho que trocar a cada 3 anos, aproximadamente.
VIABEM – Como é sua rotina e qual o seu ritmo de treino?
Minha rotina é de treinos 6x por semana na bike, e mais academia de 2 a 3x por semana.
VIABEM – Conta pra gente, o que você sente quando está competindo?
Me sinto viva, forte, confiante, feliz, e me motiva ainda mais a melhorar a cada competição.
VIABEM – Quais são suas principais conquistas no paraciclismo?
🏅Bicampeã do ranking nacional 2019 e 2021
🏅Tricampeã paulista 2017/ 2019/2021
🏅3x Vice-campeã brasileira 2018 e 2019 e 2021
🏅Vice-campeã do Circuito Pan-americano 2018 e 2019.
🏅Oitavo lugar no Campeonato Mundial nas provas de estrada e contrarrelogio em Portugal, minha primeira prova internacional maio 2021
🏅Vice campeã do Campeonato Pan-americano de Paraciclismo 2022
🏅10° lugar na prova de Contrarrelógio Copa do Mundo na Bélgica e 12° lugar na prova de Resistência.
🏅5° Lugar nas provas de Contrarrelógio e Resistência na Copa do Mundo em Quebec e 5° Lugar nas provas de Contrarrelógio e Resistência no Campeonato Mundial em Baie Comeau.
VIABEM – Como você enxerga os desafios para o desenvolvimento do paraciclismo nacional atualmente?
O paraciclismo precisa de uma maior divulgação para que as pessoas tomem conhecimento e ingressem na modalidade, sendo assim, as empresas darão mais apoio para os atletas.
VIABEM – Quais serão seus próximos passos e objetivos no esporte? Pretende ir na próxima paralimpíada em Paris 2024?
Pretendo sim, ano que vem espero conseguir ir em todas as provas internacionais para somar pontos, conquistar melhores resultados e conquistar a vaga olímpica.
VIABEM – Como você avalia sua experiência nas competições internacionais? Conte como foi em Quebec.
Percebo que a cada prova venho melhorando e que essas provas internacionais me trazem muita bagagem para seguir evoluindo como atleta de alto rendimento.
Lá no Canadá foi uma experiência incrível, nível altíssimo. O percurso foi bem técnico com muitas curvas e subidas e foi em volta de um bairro com várias casas que são muito diferentes do que temos aqui no Brasil. O público ficou sentado na porta de suas casas torcendo muito, tocando sino durante as provas e achei isso demais, toda essa energia. Estava muito calor em Quebec, chegou a bater a máxima de 35ºC e gostei do clima no momento da competição. Achei o Canadá lindo demais e foi o país que mais gostei até agora, tanto pelos circuitos mais desafiadores, como pelas casas, o idioma (Francês), as paisagens e outros.
Não posso deixar de mencionar, essas provas tem custo alto de passagens, hospedagens, inscrições e outros. Os patrocinadores são fundamentais no processo e agradeço o apoio da VIABEM nessa jornada, me ajudou muito!
Incrível demais, não é?
A Mari é a prova viva de que não há empecilhos para quem ama praticar esportes, encarando os desafios da modalidade com muita garra e dedicação. Esse empenho a levou longe e levará mais ainda, estamos torcendo para vê-la nos Jogos Paralímpicos em 2024!
Conte para nós o que achou da entrevista, siga a Mariana nas redes sociais e, claro, continue acompanhando a VIABEM. 💙
